07/08/08

Do Sentir (Após o Sofrimento)

Muitas vezes fico triste com as minhas reacções, muitas vezes fico triste com a minha falta de sentimento e muitas vezes fico triste por não querer fazer nada contra isso.

Às vezes tenho vontade de gritar ao mundo, bem alto, que a culpa de tudo isso não é minha, é da pessoa que pela primeira vez amei e que tanto me fez sofrer.

Às vezes tenho vontande de me esconder de tanta vergonha por ter amado quem não me amou e ter sofrido por isso.

Outras tantas vezes tenho pena de não te ter conhecido antes de tudo isso, pois sei que antes tinha muito mais para te dar do que aquilo que agora consigo. Sofro com medo de te fazer sofrer e choro com medo de te ver chorar.

Às vezes acho que não mereço um pessoa assim, que não mereço tanto amor assim. Quero tê-lo e senti-lo mas não sei como retribuir em igual dose. Preciso de ser amada, preciso de me sentir amada e sinto-o. Mas não sei o que fazer com tanto amor, não sei como me dar ao teu amor, não sei como voltar a sentir assim tanto amor.

Porquê que a vida nos mostra o amor impossível e nos faz sofrer tanto?

Porquê que a vida não nos mostra simplesmente o amor? O sentimento belo e forte que ele é. Que nos alimenta a cada instante de convívio e nos consome a cada instante de distância.

Porquê que a vida nos apresenta novas possibilidades de amor, se não nos deixa esquecer a dor do amor impossível, se nos obriga a criar barreiras para evitar uma nova dor?

Porquê que a vida não nos deixa viver cada novo amor como o primeiro amor? Sem medo de nos darmos, sem medo de sofrermos, sem resistências nem abalos.

Era só isso que eu queria para conseguir viver uma grande história de amor e poder dar sem medo todo o meu sentimento.



20 comentários:

Bruno disse...

Minha cara Surpresa, qualquer amor é como o primeiro amor!

".. cada vez que a gente ama é a unica vez que jamais amou. A diferença de objecto não fragmenta a paixão, apenas a intensifica.."
Oscar Wilde.

Surpresa disse...

Bruno:

Se calhar é aí que reside a minha incapacidade para me libertar para o sentir...

Bruno disse...

Nós nunca nos libertamos de nada, somos o que vivemos, o conjunto de todas as nossas vitorias e derrotas.

Como diria o Fernando Pessoa: "somos o intervalo entre o que queremos ser e o que as pessoas fazem de nós"

Não te tentes libertar, nem esquecer seja o que for, agarra o que queres e junta ao que já tens.

Surpresa disse...

Bruno:

E com tudo isso reinvento-me :)

Bruno disse...

hmm.. e pronto, não consigo discordar disso :/ devo estar a ficar velho :P

Surpresa disse...

Bruno:

E não estamos todos? :)

Bruno disse...

Um mais que outros, mas sim, estamos todos :P

Surpresa disse...

Bruno:

é por isso que há uma ligeira grande diferença entre estar e ser velho ;)

Bruno disse...

Em qual deles te enquadras?

Surpresa disse...

Nuns dias num, em outros no outro :)

Mas sem dúvida que me apraz mais estar a ficar do que ser.

No estar há todo um processo de transformação e mudança.

Bruno disse...

Inspiraste-me ;)

Mudanças são sempre boas

Surpresa disse...

:)

Surpresa disse...

Deixaste-me sem palavras

Bruno disse...

:)

Bruno disse...

O silencio é bom :)

Surpresa disse...

Concordo.

Raras foram e são as vezes em que me senti mal em silêncio.

Não deixa de ser uma forma de nos fazermos sentir presentes e de nos expressar.

Bruno disse...

Provavelmente tens uma presença forte.. não posso dizer o mesmo de mim :)

Surpresa disse...

Presença forte?!?!?

Normalmente 'dou nas vistas' devido ao meu low profile.

Falo pouco, observo muito, aprendo qualquer coisa sobre a forma de estar e ser dos outros.

Bruno disse...

Estás-me a baralhar.. até hoje pensei que não dava nas vistas porque a minha natureza é um bocado "low profile" :/

Surpresa disse...

No meio de um grupo em qos elementos são quase todos expansivos e gostam de se mostrar não duvides que ser low profile dá nas vistas