08/03/09

Desperdícios?

Há dias, num desabafo de uma amiga sobre afectos, relacionamentos e sentimentos, uma simples pergunta ficou gravada no meu ouvido, como se de um subtil pedido de ajuda se tratasse:

- O que é que faço a tudo isso que sinto? Pego e deito fora? Já não serve para nada.

Paralizei face ao sarcasmo usado para tentar iludir os sentimentos. E enquanto pensava se deveria responder ela continuou:

- Eu não quero isso. Eu quero viver tudo isto que sinto...
- Quero porque estava a sentir-me viva e com vontade de viver algo assim...
- E de repente... Tudo acaba? Tem de acabar?
- ... Ainda nem tinha começado...
- Sinto-me estúpida por não me conseguir controlar.

Olhei para ela depois de ter resolvido responder, ganhando tempo para pôr a cabeça em ordem. Mas o que saiu foi estúpido:

- Isso passa, está descansada que isso passa. Já passei pelo mesmo.

BOLAS!! Só depois de ouvir o que disse é que me apercebi da m#$%a que tinha feito. Minimizei os sentimentos dela.

Não consegui fechar a boca a tempo. O mal foi feito.

Ela calou-se e eu acabei por fazer o mesmo, tentando perceber o que se estava a passar. Comigo, não com ela, pois isso está bem claro.

Ela está perdidamente apaixonada e não é correspondida.

Agora encontra-se numa encruzilhada onde a razão e a emoção disputam o lugar cimeiro. Sente-se perdida e confusa por não reconhecer como dela o reflexo que o espelho mostra. Sente-se cansada por não conseguir calar as vozes da razão e da emoção que lhe vão dizendo, de forma contraditória, o que fazer com tanto sentimento. Não tem fome, nem forças para se alimentar. Tem sono, mas não consegue dormir. Tem medo da sua vontade de sentir, tem medo de vir a viver estes sentimentos com 'um alguém', que não é 'o alguém' que os fez nascer.

Além do mais precisa de expressar tudo o que sente, tudo o que fez, quis fazer e não fez, para conseguir obter uma resposta lógica a tudo o que se passa e desta forma descobrir o que tem de fazer para acabar com o sofrimento. Mesmo sabendo que é improvável isso acontecer, tem que encontrar algo a que se agarrar.

Mas e comigo? O que se passa comigo?

Não me ter conseguido colocar no lugar dela confundiu-me. Para mim, pelo menos de momento, toda esta dramatização (natural) de sentimentos não faz sentido. Sei, por experiência própria, que o tempo se encarrega de apaziguar os sentimentos, mas também sei, por esta mesma experiência, que quando os sentimentos estão em ebulição não é isso que queremos ouvir.

Sei o quão violento é não nos reconhecermos, acharmo-nos vazios e completamente diferentes do que sempre fomos. Mas sem quê, nem porquê a minha reacção foi de uma frieza preocupante. E isso fez virar o meu pensamento para mim.

Apesar de me estar a sentir bem na minha pele e de estar em equilíbrio emocional, dei conta que tenho saudades de estar em conflito com os meus sentimentos, de me sentir um pouco mais viva, mais confusa, de sair deste equilíbrio emocional confortável que o apaziguar de sentimentos antigos me trouxe, deixando para trás a cómoda cadeira do "na'tece". Tenho que perder o receio de voltar a viver experiências que despertam sentimentos que sei não poder controlar.

Tenho muitos desabafos, desta época de desequilíbrio. Desabafos tão viscerais que ainda hoje mexem comigo. Mas não servem de nada. Os sentimentos dos outros não nos dizem nada, porque não são por nós vividos. Mas deixo um pequeno recado, para ela e muito mais para mim.

Vive cada sentimento como sendo único. Sente-o como um todo, porque terás uma única oportunidade de o sentir assim. Os dias vão passar, uns menos maus, outros maus, outros muito maus e outros pessimamente maus. Haverá semanas em que te sentirás a 100% e pronta para enfrentar o mundo, outras em que só vais querer fugir, outras ainda em que quererás dormir para só acordar quando a dor e saudade passarem.

Sem dares conta, os dias passaram a semanas, as semanas a meses e os sentimentos arrefeceram.

'O alguém' deixa de fazer sentido, deixa de ser 'o alguém' por quem te apaixonaste e sofreste. Está diferente, assim como tu também estás. Esta tomada de consciência, mais uma vez vai reacender sentimentos contraditórios, mas agora, se calhar, por não mais de 5 minutos. Já que te apercebeste que o tempo passou e tudo mudou: o sentimento foi apreendido, o sofrimento apaziguado, a mágoa apagada e a tua vontade renascida.

Cresceste, encerraste uma fase e iniciaste outra. a raiva e o descontrolo passaram, transformando-se em paz interior.

O que sentes já não serve de nada? Serve, serve para ver que nada se perde...

31/01/09

Estranhos

Conhecemo-nos de um modo pouco usual. Tudo o que aconteceu foi pouco 'ortodoxo'. Entrámos num jogo de palavras que, sem nada dizerem, tudo diziam. As reticências eram mais que muitas, assim como as interpretações tiradas. Alimentámos esta partida durante algum tempo e com bastante entusiasmo.

Acabámos por nos encontrar naquele que poderia ter sido o nosso primeiro desencontro. Não foi, por pouco. E valeu a pena.

A pessoa que se apresentou a mim era em quase tudo diferente da pesssoa que o nosso jogo de palavras me tinha apresentado. Fiquei fascinada com este choque de personalidades e, como amante de jogos psicológicos, quis descobrir qual era a dominante.

A minha avidez pela descoberta, levou-me a forçar um segundo encontro. Impus-me na tua vida como nunca havido feito antes. Este nosso novo encontro foi estranho.

Deixei de lado grande parte da subtileza que, até aqui, tinha regrado os nossos jogos. Confesso que até ao último instante, não sabia se apenas te queria aliciar a vir ao meu encontro ou se queria mesmo ir até ao fim.

Não sei o que se passou comigo, mas o medo levou-me a agir e ao agir voltei a sentir-me viva. O sangue fervilhava em cada centímetro do meu corpo. Com o despertar do desejo e a chegada do prazer a respiração alterava-se e o ritmo cardiaco acelerava.

Gostei... E detestei.

Detestei pela estranheza do meu comportamento e pela impulsividade e insensatez dos meus actos. Fiquei incomodada, mas com o passar do tempo classifiquei a minha atitude como uma afirmação de mudança.

Não estar ciente e crente na mudança fez-me entrar neste jogo contigo.

Não confiar no vingar da mudança levou-me a alimentar esta nossa forma de estar (nada de procurar um envolvimento sério, só encontros sexuais furtuitos).

Aceitar a mudança fez-me ver que estas já não eram as regras que eu queria seguir. Tu nada quiseste mudar. Não havendo como impor novas regras, o nosso jogo foi interrompido.

No final, pouco, ou mesmo nada, descobri sobre ti. Mas isso já não tinha qualquer importância para mim.

Desapareceste da minha vida, sem rasto.



26/12/08

Li Num Livro... E Gostei (4)

«Quem és tu?, tento murmurar, mas estou num quarto vazio, sem ninguém, porque vi pelas nesgas dos seus olhos que nada havia por detrás - nada que eu pudesse reconhecer. Algo, seguramente lá estaria, mas nós só conseguimos ver aquilo que reconhecemos, para o qual temos uma palavra. Para aquilo não havia, seguramente, palavras.»


***


«De tudo o que vi - nada é o que quero. De tudo o que senti, nada é o que sobrou - e nada é o que quero repetir. Estou desapaixonado de tudo e de mim.»




(Miguel Gullander, Perdido de Volta)

18/12/08

O Meu Sonho

Vou à janela e enquanto espero a noite chegar vejo a paisagem dourada que se estende à minha frente. Neste momento de final de tarde o tempo parece parar. Tudo é calmo e sereno, com uma musicalidade que nos faz sonhar, que nos faz ansiar ainda mais pela noite.

Chamo o anjo da noite, aquele que cura todos os males. Que me faz esquecer o dia, a realidade e tudo o que tem de aborrecido. Fico feliz quando o sinto chegar. O sonho vem sempre atrás.

É no sonho que liberto todas as minhas amarras. Liberto a minha mente de medos e preconceitos.

O sonho é como uma realidade à parte. Todos temos uma e não a partilhamos. É uma realidade que vivo sozinha, onde exprimo todas as minhas emoções, sentimentos e onde as frustrações não existem. Nele nada é proibido.

No entanto, é uma realidade interrompida a cada dia pelo despertador, pela moral, pelo dever e pela obrigação de ter de conviver na realidade por todos partilhada.

No sonho não existe noção de tempo. Vive-se para o presente. é um momento infinito e indeterminado. É um espaço único e livre. Só meu, onde sou o seu centro. Tudo gira à minha volta. O que importa sou eu, as minhas sensações e as minhas emoções.

Mesmo não estando presente, no sonho há algo que invariavelmente se refere a mim. Pode ser uma subtileza, um pequeno objecto, uma característica física, mas é algo que é um exclusivo meu. Algo que torna o sonho no 'meu sonho'.

O instante em que acordo é o mais triste para mim, pois neste momento tudo o que se passou durante a noite desaparece. Chega o anjo da manhã, aquele que nunca chamo, e faz-me esquecer tudo o que sonhei.

Penso na vida e nas possibilidades que a recordação de um sonho me pode trazer. Tento recordar o que sonhei, mas surge sempre na minha mente um enorme buraco negro, vazio e perturbante, que me leva a pensar, por breves instantes que estou perdida na loucura que assola o mundo.

Olho uma vez mais pela janela a ver se a noite já chegou e descubro que chegou o dia e a paisagem azul e branca da manhã.



13/11/08

Li Num Livro... E Gostei (3)

«Qualquer Encruzinhada é um local do maior perigo, pois todas as direcções, excepto uma, estão erradas.»



(Miguel Gullander, Perdido de Volta)


06/11/08

Espera, Procura e Desespero

Espero encontrar algo que não tenho, mas quero. Algo que quero mas não sei se sei o que é. Quero definir prioridades. Conseguir definir o que quero ou, pelo menos, saber o que não quero.

Não procuro nada, nem niguém que possa ser este algo que não tenho.
Procuro, sim, em mim, pois sei que é onde está. Poderá estarperdido em algum dos meus poros, ou até estar tão à vista que a obtusidade do meu olhar viciado não o consegue distinguir.

Não desespero. Apenas espero e levo cada dia com a calma que deve ser vivido. Rindo quando ttenho vontade disso, ou não. Chorando quando não consigo controlar, mas saíndo mais tranquila de cada momento. Mais alerta para as fragilidades que existem em mim e agradecendo por ainda existirem. Pois assim sei que dentro de mim ainda bate um coração que sente, que se preocupa e se ocupa com os outros, não só comigo.


31/10/08

Desassossego (5)

Tenho estado perdida nos meus pensamentos, analisando a vida: aquilo que quero, aquilo que espero e aquilo que tenho feito para o conseguir alcançar.

Já estou nisso há alguns dias e não chego a conclusão nenhuma. Na minha cabeça há um nó que não deixa espaço para nada.

Os sentimentos estão à flor da pele, mas não consigo identificá-los, ou não o quero fazer. Não tenho condições para tal. A minha cabeça está demasiado activa. Estou em hipertrofia. Já cheguei ao ponto de me estar a deitar mentalmente exausta e acordar ainda pior, a dor de cabeça está cada vez mais aguda.

Preciso fazer qualquer coisa. Preciso ordenar pensamentos. Preciso calar os "Eus" que divergem sem se ouvirem, falando todos ao mesmo tempo. Tenho que os obrigar a falar um de cada vez. Tenho de os obrigar a escutar o que os outros dizem. Tenho que dar coerência ao meu discurso e às minhas atitudes. Tenho que optar, tenho que agir sem medo. E de momento, com toda esta batalha não consigo. Fico paralisada, sem capacidade de resposta, com a luta infernal em que o meu "Eu" Racional e o meu "Eu" Emocional entraram.

Papel estúpido e ingrato que os dois estão a desempenhar, numa batalha que não tem sentido e que só me afunda mais no estado de burrice emocional em que me encontro. Não sei o que quero. Melhor dizendo, sei o que quero, mas o que quero é algo sem pés nem cabeça.

Quero recomeçar a minha vida, mas não quero sair do ninho de conforto em que estou. O equilíbrio em que me encontro é me bastante útil, conheço-o, sei como lidar com ele, sei como estar nele e voltar para ele em qualquer situação com que me depare.

Mas recomeçar requer ir por caminhos que não conheço, requer estar em situações que não domino, requer andar em equilíbrio sobre a corda sem rede por baixo, requer abrir-me aos outros, requer demonstrar sentimentos que me habituei a guardar, requer estar exposta aos outros, mostrando como realmente sou (fragilidades incluídas).

Será que consigo entrar nesse caminho em que, para além de confiar em mim, tenho de confiar nos outros?


21/10/08

Devaneios (6)

Às vezes pergunto-me porque perdemos hábitos saudáveis. Hábitos que nos libertam e nos fazem desligar do que nos rodeia. Hábitos que nos fazem conhecer melhor a nós mesmos. Pequenos hábitos, pequenos gestos. Algo que achamos que nos acompanhará para toda a vida.

Não percebo porque deixei para trás tantos pequenos hábitos. Larguei a escrita, larguei as longas caminhadas pela cidade, largeuei as tardes na esplanada acompanhada por um bom livro e uma boa música, larguei as idas compulsivas ao cinema para ver o filme que stá prestes a começar, larguei a dança.

O único hábito que mantive, foi a forma sitemática de largar: o constante adiar, sempre para mais logo ou para amanhã, os velhos hábitos que criei. Enredo-me em todos estes conceitos abstractos, pois sei que têm a capacidade de nunca vir.

O meu quarto é o reflexo exacto do meu adiar, é o reflexo exacto do estado actual em que me encontro: desordem, indecisão.

Uma vez mais ando perdida no rumo a dar à minha vida. Uma vez mais, sinto a rotina a querer abalar-me. Ando preocupada com tantas coisas que não consigo definir que rumo tomar. Noite após noite sinto que me roubam um pouco do meu sono. Vão gastando as minhas energias e degastando a minha autonomia.

Estou a chegar àquela fase que de tanto pensar e de tanto me ouvir, acabo por não ter tempo para agir. Não estou no meu timing, não encontro o meu timing, não consigo defini-lo e muito menos reconhecê-lo.

Preciso de um novo equilíbrio, preciso de me reencontrar com o meu caminho.


12/10/08

Manhãs

São cinco da manhã, a quietude que me rodeia contrasta com o turbilhão ensurdecedor das preocupações que me ocupam a cabeça e me pesam os pensamentos. Quero descansar. Preciso disso, para me sentir calma e tranquila, mas não consigo.

Os lençóis já me pesam, o calor do meu corpo nu sobre a cama é mais intenso e insuportável do que o silêncio da casa, do que o silêncio do prédio e do que o próprio silêncio da rua, que ainda dormem, esperando o raiar do novo dia. Não consigo encontrar uma posição confortável para estar. Já dei voltas e mais voltas pela cama, mas nada me conforta.

O tecto branco, que no escuro da noite, me parece sempre carregado de sombras e fantasmas, deixa-me ainda mais intranquila. Faz com que as sombras que encobrem a minha vida e os fantasmas do meu passado, persistam em invadir a minha mente.

Já me tapei e destapei mil vezes, os lençóis estão tão engelhados no meu corpo que o sinto presa. O calor parece continuar a aumentar, ou a preocupação e a minha inquietação fazem com que eu sinta isso.

As horas avançam muito lentamente. A noite parece não querer passar. O meu sono vem e vai, incansável. Tanto como os pensamentos e os medos que não deixam a minha cabeça sossegar e o meu corpo repousar.

O Verão está quente, ainda só se vislumbram umas nesgas de claridade que anunciam o chegar da manhã, mas parece que estamos em pleno calor do meio-dia.

São 7 horas, quando, finalmente, é quebrado o silêncio da casa. No quarto ao lado do meu, o António vai, cautelosamente, quebrando esta imposição nocturna.

O seu despertador toca e ele tenta sempre desligá-lo ao primeiro toque, fazendo o possível para não incomodar o meu sono. Quase sempre é em vão, não por descuido dele, mas sim por as minhas noites virem quase sempre acompanhadas pela insónia.

Fico feliz quando, do meu quarto, oiço o silêncio da casa partir com o despertar do António. O suave abrir e fechar da porta do quarto, a passada arrastada dos chinelos pelo chão, em tacos de madeira envernizada, quando se encaminha para a casa-de-banho, o respingar da água do chuveiro, durante o seu duche rápido. Estes são alguns dos seus pequenos hábitos diários que assinalam o começo de um novo dia.

A noite já passou, transmitem as ondas do meu cérebro aos meus fantasmas e sombras que, depois de receberem esta informação, desaparecem como se nunca tivessem estado comigo. É mais um dos momentos que me dá prazer.

O António prossegue a sua rotina diária. Agora oiço, ao longe, na cozinha o tilintar da chávena de café no pires, o despertar do motor do frigorífico, quando o abre, para tirar o leite que junta ao café quente. Sinto o aroma inconfundível do pão acabado de torrar e do café acabado de tirar.

Por breves minutos, volta a reinar o silêncio, que é novamente quebrado quando o António regressa ao quarto, volta a abrir e fechar a porta e começa a vestir-se para ir trabalhar. Um novo aroma invade a casa. O seu perfume.

Volta a abrir e fechar a porta do quarto e caminha para a sala, agora numa toada mais rápida e barulhenta, causada pela sola de couro dos sapatos que usa.Lá, remexe nos móveis à procura da carteira, das chaves de casa e do carro e dos documentos. Embora os coloque todos os dias no mesmo local, vagueia por alguns instantes por esta divisão da casa. não sei o que motiva este seu comportamento. Eu equiparo-o a um buscar de energias que lhe preparam, física e psicologicamente, para enfrentar mais um dia de trabalho.

O derradeiro ruído que faz é a sair de casa. Destranca a porta da rua, abre-a, sai e fecha-a. O silêncio volta à casa, em pouco mais de uma hora. Depois das 8h15, já não há vestígios do António em casa.

Eu continuo na cama a tentar ganhar coragem para me levantar.



08/10/08

Devaneios (5)

O pior grito, a pior necessidade e o pior silêncio, são aqueles que são mudos e nos ensurdecem por não serem entendidos, explicados e ouvidos.

As mudanças têm destas coisas.

Há alturas em que as entendemos e aceitamos, outras em que entendemos mas não aceitamos, outras em que não entendemos e aceitamos e ainda outras em que não entendemos e não aceitamos.

Tudo porque não reconhecemos o reflexo que o espelho nos dá, não o identificamos como nosso.

O que fazer? Esperar por um novo dia e quando este dia chegar perceber que já não nos incomodamos com o que fomos, com o que somos e nem com o que seremos.