Na solidão do lar tudo parece triste e insignificante. No silêncio da noite não encontro o sentido da vida. Na imensidão do pensamento tudo de encontra confuso e nublado.
Não sei o que a vida significa para mim, o que sinto quando estou sozinha e muito menos quando estou contigo. Por isso, vivo cada momento não pensando muito no que virá a seguir. Com isso não consigo viver despreocupada. Pelo contrário, vivo na ânsia de saber o que irá surgir, o que irei sentir e como irei reagir. Fico triste e, ao mesmo tempo, alegre e pasmada, pois vão surgindo sempre surpresas que vão acentuando ou aliviando a minha tensão. São as contradições da vida a cada momento.
Sinto falta de alguém com quem possa conversar quando chego a casa. Alguém a quem possa contar as minhas aventuras e desventuras. Quando te conheci pensei que pudesses ser esta pessoa. Mas com o passar do tempo, parece que se acentua cada vez mais uma barreira de silêncio entre nós. Temos cada vez menos coisas de que falar, menos coisas para partilhar e o silêncio entre nós é cada vez mais gritante e ensurdecedor.
Vemo-nos uma vez por semana e já parece mais que o bastante. Já não me telefonas para saber como estou e eu não sinto falta disso.
Às vezes fico triste e pergunto-me porque estou a arrastar a nossa relação assim por tanto tempo. A nossa relação não se parece com nada. Parecemos duas pessoas estranhas que se encontram todos os dias, durante anos, no mesmo autocarro sem nunca trocarem uma palavra entre si. Olham-se e olham-se, mas nunca comunicam, pois os seus olhos nada transmitem. Não têm qualquer relação.
Sinto que conseguimos mais quando nos tratamos como amigos do que como amantes. Falta a chama da paixão e eu também já não sinto o desejo carnal que sentia no início. Gosto que me toques, que me estimules, mas quando chega a hora da verdade tudo desaparece, como se fosse um indício de que qualquer coisa vai mal ou que tu não és o tal. Mas também penso que não existe o 'tal'.
Quero mais de uma relação do que aquilo que me estás a dar. Quero cumplicidade e amizade, não apenas sexo. Quero poder chegar ao pé de ti e conversar abertamente sobre tudo, sobre a nossa relação e os nossos sentimentos. Quero sentir feed-back e interesse da tua parte. Mas penso que talvez também precise de transmitir tudo isso que exijo de ti, só que primeiro tenho de me sentir confiante e desinibida.
Entre nós começa a surgir esta necessidade muda de conversar seriamente sobre o que será a nossa relação daqui para a frente. E acho que sei qual será o primeiro passo, pelo menos da minha parte, para a nossa relação assumir outro rumo. A partir desse momento, ou a nossa relação termina ou se torna sólida, sem segredos e mentiras. Só deste modo nos tornaremos mais honestos com nós mesmos e um com o outro e mais livres para apreciarmos melhor a vida.
Escrevo-te como nunca antes escrevi a ninguém. Escrevo-te não porque me pedes, mas sim porque quero e não encontro outra forma de libertar os meus sentimentos. Por isso, não espero resposta. Apenas quero que penses no que acabaste de ler.
Um abraço
Não sei o que a vida significa para mim, o que sinto quando estou sozinha e muito menos quando estou contigo. Por isso, vivo cada momento não pensando muito no que virá a seguir. Com isso não consigo viver despreocupada. Pelo contrário, vivo na ânsia de saber o que irá surgir, o que irei sentir e como irei reagir. Fico triste e, ao mesmo tempo, alegre e pasmada, pois vão surgindo sempre surpresas que vão acentuando ou aliviando a minha tensão. São as contradições da vida a cada momento.
Sinto falta de alguém com quem possa conversar quando chego a casa. Alguém a quem possa contar as minhas aventuras e desventuras. Quando te conheci pensei que pudesses ser esta pessoa. Mas com o passar do tempo, parece que se acentua cada vez mais uma barreira de silêncio entre nós. Temos cada vez menos coisas de que falar, menos coisas para partilhar e o silêncio entre nós é cada vez mais gritante e ensurdecedor.
Vemo-nos uma vez por semana e já parece mais que o bastante. Já não me telefonas para saber como estou e eu não sinto falta disso.
Às vezes fico triste e pergunto-me porque estou a arrastar a nossa relação assim por tanto tempo. A nossa relação não se parece com nada. Parecemos duas pessoas estranhas que se encontram todos os dias, durante anos, no mesmo autocarro sem nunca trocarem uma palavra entre si. Olham-se e olham-se, mas nunca comunicam, pois os seus olhos nada transmitem. Não têm qualquer relação.
Sinto que conseguimos mais quando nos tratamos como amigos do que como amantes. Falta a chama da paixão e eu também já não sinto o desejo carnal que sentia no início. Gosto que me toques, que me estimules, mas quando chega a hora da verdade tudo desaparece, como se fosse um indício de que qualquer coisa vai mal ou que tu não és o tal. Mas também penso que não existe o 'tal'.
Quero mais de uma relação do que aquilo que me estás a dar. Quero cumplicidade e amizade, não apenas sexo. Quero poder chegar ao pé de ti e conversar abertamente sobre tudo, sobre a nossa relação e os nossos sentimentos. Quero sentir feed-back e interesse da tua parte. Mas penso que talvez também precise de transmitir tudo isso que exijo de ti, só que primeiro tenho de me sentir confiante e desinibida.
Entre nós começa a surgir esta necessidade muda de conversar seriamente sobre o que será a nossa relação daqui para a frente. E acho que sei qual será o primeiro passo, pelo menos da minha parte, para a nossa relação assumir outro rumo. A partir desse momento, ou a nossa relação termina ou se torna sólida, sem segredos e mentiras. Só deste modo nos tornaremos mais honestos com nós mesmos e um com o outro e mais livres para apreciarmos melhor a vida.
Escrevo-te como nunca antes escrevi a ninguém. Escrevo-te não porque me pedes, mas sim porque quero e não encontro outra forma de libertar os meus sentimentos. Por isso, não espero resposta. Apenas quero que penses no que acabaste de ler.
Um abraço
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