Ando perdida...
Perdida nos meus pensamentos. Perdida no meu trabalho. Perdida na minha relação. Perdida na possibilidade de me voltar a perder no corpo de outro homem, que já não devia fazer parte do meu presente. E o meu maior receio é não conseguir voltar a me encontrar.
Quero voltar a controlar a minha vida. Quero, mas não consigo. Apetece-me fugir. Para longe, para muito longe. Talvez para uma ilha distante, ainda não conhecida. Uma ilha perdida, onde só se aviste o verde cristalino do mar. Mas sempre que tenho esta visão, surge-me no pensamento o olhar penetrante e sensual desse alguém que nunca deveria ter deixado entrar na minha vida.
Pensava que tudo isso já era passado. Que tudo isso já estava arrumado na gaveta da memória das grandes e inesquecíveis recordações. Enganei-me. Como me enganei!
Só foi preciso uma simples insinuação para fazer surgir todo o desejo que julgava já não existir. Vulnerável e perdida, resolvi ouvir a voz dele. E que voz, meu Deus!
Todos os pequenos e insignificantes flashes dos tórridos momentos que passámos ganharam outra dimensão no meu pensamento. Uma dimensão gigantesca e poderosa. E agora, só quero, julgo eu, voltar a viver outra aventura assim.
Gostava que fosse com quem vivo. Com o homem com quem partilho as minhas dúvidas, o homem que encontro todos os dias quando chego a casa e ao lado de quem me sinto segura. Gostava que todo este meu desejo, que todas as loucas e perversas fantasias, que fazem fervilhar o meu sangue e que me demonstram que ainda estou viva, fossem partilhadas e desejadas por ele. Só que, de momento, sei que não é com ele que as vou conseguir viver. E também sei que não é com ele que me quero perder na loucura do meu prazer.
E isso atormentamente. Tira-me o sono. Não deixa a minha cabeça parar de pensar: devo continuar como estou? Devo continuar a viver infeliz e agarrada a um homem que, a cada dia que passa, me parece ser, cada vez mais, um velho amigo ou, indo um pouco mais além na minha mente, um perfeito desconhecido? Ou devo largar tudo e começar a viver de uma forma que me deixe mais livre e feliz?
A nossa relação parece estar perdida, tanto ou mais perdida do que eu.
Por saber que não quero o que tenho e por ignorar aquilo que quero, quero voltar ao passado. Quero ser desejada, quero ser seduzida, quer ser tocada e quero ser sentida como mulher. Quero satisfazer o meu desejo e quero saciar a minha ânsia de prazer com aquele que despertou em mim todo o querer e todo o sentir, há muito adormecidos.
Quero voltar a desejar e ser desejada dessa maneira, como se não existisse passado, nem futuro. Quero viver somente o momento presente, quero congelá-lo, quando os nossos corpos se reencontrarem, quando os nossos olhos se cruzarem e permanecerem inquietamente vidrados um no outro, desejando ardentemente libertar toda a nossa necessidade de prazer.
Quero sentir o tempo parar infinitamente, quando saborear cada centímetro do corpo dele e quando ele esgotar a fome do meu.
Quero ver o olhar dele perdido no meu e rever-me perdida no dele, quando juntos atingirmos o máximo do prazer.
Quero voltar a repetir, a repetir, a repetir, como se fosse o ecoar infinito do prazer da primeira vez. Quero isso (embora não deva), porque o meu pensamento diz que só assim me poderei voltar a encontrar. Mas também, quero isso, porque continuo a ouvir a palavras sussurradas ao meu ouvido, que num tom quente, suave e sensual me fazem perder e me obrigam a dizer que estou perdida: "ou me perco contigo, ou estendo-te a mão e ajudo-te a encontrar o caminho de volta..."
Só que uma dúvida persiste. Este caminho será de volta para o controlo da minha vida, ou será de volta para a loucura do desejo que nos marcou e ainda hoje nos marca, de cada vez que as nossas vidas se cruzam?
Não sei dizer. Não quero saber. Só sei que continuo terrivelmente perdida. E de momento prefiro isso à necessidade, urgente, silenciada, mas cada vez mais ensurdecedora, de ter de tomar uma decisão que vai mudar o rumo da minha vida.
Perdida nos meus pensamentos. Perdida no meu trabalho. Perdida na minha relação. Perdida na possibilidade de me voltar a perder no corpo de outro homem, que já não devia fazer parte do meu presente. E o meu maior receio é não conseguir voltar a me encontrar.
Quero voltar a controlar a minha vida. Quero, mas não consigo. Apetece-me fugir. Para longe, para muito longe. Talvez para uma ilha distante, ainda não conhecida. Uma ilha perdida, onde só se aviste o verde cristalino do mar. Mas sempre que tenho esta visão, surge-me no pensamento o olhar penetrante e sensual desse alguém que nunca deveria ter deixado entrar na minha vida.
Pensava que tudo isso já era passado. Que tudo isso já estava arrumado na gaveta da memória das grandes e inesquecíveis recordações. Enganei-me. Como me enganei!
Só foi preciso uma simples insinuação para fazer surgir todo o desejo que julgava já não existir. Vulnerável e perdida, resolvi ouvir a voz dele. E que voz, meu Deus!
Todos os pequenos e insignificantes flashes dos tórridos momentos que passámos ganharam outra dimensão no meu pensamento. Uma dimensão gigantesca e poderosa. E agora, só quero, julgo eu, voltar a viver outra aventura assim.
Gostava que fosse com quem vivo. Com o homem com quem partilho as minhas dúvidas, o homem que encontro todos os dias quando chego a casa e ao lado de quem me sinto segura. Gostava que todo este meu desejo, que todas as loucas e perversas fantasias, que fazem fervilhar o meu sangue e que me demonstram que ainda estou viva, fossem partilhadas e desejadas por ele. Só que, de momento, sei que não é com ele que as vou conseguir viver. E também sei que não é com ele que me quero perder na loucura do meu prazer.
E isso atormentamente. Tira-me o sono. Não deixa a minha cabeça parar de pensar: devo continuar como estou? Devo continuar a viver infeliz e agarrada a um homem que, a cada dia que passa, me parece ser, cada vez mais, um velho amigo ou, indo um pouco mais além na minha mente, um perfeito desconhecido? Ou devo largar tudo e começar a viver de uma forma que me deixe mais livre e feliz?
A nossa relação parece estar perdida, tanto ou mais perdida do que eu.
Por saber que não quero o que tenho e por ignorar aquilo que quero, quero voltar ao passado. Quero ser desejada, quero ser seduzida, quer ser tocada e quero ser sentida como mulher. Quero satisfazer o meu desejo e quero saciar a minha ânsia de prazer com aquele que despertou em mim todo o querer e todo o sentir, há muito adormecidos.
Quero voltar a desejar e ser desejada dessa maneira, como se não existisse passado, nem futuro. Quero viver somente o momento presente, quero congelá-lo, quando os nossos corpos se reencontrarem, quando os nossos olhos se cruzarem e permanecerem inquietamente vidrados um no outro, desejando ardentemente libertar toda a nossa necessidade de prazer.
Quero sentir o tempo parar infinitamente, quando saborear cada centímetro do corpo dele e quando ele esgotar a fome do meu.
Quero ver o olhar dele perdido no meu e rever-me perdida no dele, quando juntos atingirmos o máximo do prazer.
Quero voltar a repetir, a repetir, a repetir, como se fosse o ecoar infinito do prazer da primeira vez. Quero isso (embora não deva), porque o meu pensamento diz que só assim me poderei voltar a encontrar. Mas também, quero isso, porque continuo a ouvir a palavras sussurradas ao meu ouvido, que num tom quente, suave e sensual me fazem perder e me obrigam a dizer que estou perdida: "ou me perco contigo, ou estendo-te a mão e ajudo-te a encontrar o caminho de volta..."
Só que uma dúvida persiste. Este caminho será de volta para o controlo da minha vida, ou será de volta para a loucura do desejo que nos marcou e ainda hoje nos marca, de cada vez que as nossas vidas se cruzam?
Não sei dizer. Não quero saber. Só sei que continuo terrivelmente perdida. E de momento prefiro isso à necessidade, urgente, silenciada, mas cada vez mais ensurdecedora, de ter de tomar uma decisão que vai mudar o rumo da minha vida.
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