30/06/10

A Saudade Revela-se...

Quando tomamos consciência que o vazio e o silêncio que medeiam
o momento em que dizemos adeus e o momento em que voltamos a nos encontrar,
nunca conseguem ser preenchidos.


14/06/10

Da Felicidade

Happiness is like a butterfly;
The more you chase it,
The more it will elude you,
But if you turn your attention to other things,
It will come and sit softly on your shoulder...



31/05/10

Acabou

O fim deixou marcas, claro que deixou. Dizer adeus custa sempre muito.

Mágoas do que se passou não ficaram. Apenas uma ponta de tristeza por perceber o que querias, não o fazeres e ter de ser eu a dar o primeiro passo para 'forçar' ouvir-te dizer acabou - a decisão há muito que já estava tomada na tua cabeça fazendo-se notar em cada palavra dita e não dita e em cada gesto, mesmo que suspenso.

Esta tua indecisão deixou-me a sensação de que irias embora sem dizer nada, como se contasses que o afastamento ou alteração de hábitos fossem suficientes.

30/05/10

Vazio...

É o que vem-me ocupando os sentimentos.




07/06/09

Devaneios (7)

Falta pouco, falta muito pouco.

Para quê?

Logo se vê...


08/03/09

Desperdícios?

Há dias, num desabafo de uma amiga sobre afectos, relacionamentos e sentimentos, uma simples pergunta ficou gravada no meu ouvido, como se de um subtil pedido de ajuda se tratasse:

- O que é que faço a tudo isso que sinto? Pego e deito fora? Já não serve para nada.

Paralizei face ao sarcasmo usado para tentar iludir os sentimentos. E enquanto pensava se deveria responder ela continuou:

- Eu não quero isso. Eu quero viver tudo isto que sinto...
- Quero porque estava a sentir-me viva e com vontade de viver algo assim...
- E de repente... Tudo acaba? Tem de acabar?
- ... Ainda nem tinha começado...
- Sinto-me estúpida por não me conseguir controlar.

Olhei para ela depois de ter resolvido responder, ganhando tempo para pôr a cabeça em ordem. Mas o que saiu foi estúpido:

- Isso passa, está descansada que isso passa. Já passei pelo mesmo.

BOLAS!! Só depois de ouvir o que disse é que me apercebi da m#$%a que tinha feito. Minimizei os sentimentos dela.

Não consegui fechar a boca a tempo. O mal foi feito.

Ela calou-se e eu acabei por fazer o mesmo, tentando perceber o que se estava a passar. Comigo, não com ela, pois isso está bem claro.

Ela está perdidamente apaixonada e não é correspondida.

Agora encontra-se numa encruzilhada onde a razão e a emoção disputam o lugar cimeiro. Sente-se perdida e confusa por não reconhecer como dela o reflexo que o espelho mostra. Sente-se cansada por não conseguir calar as vozes da razão e da emoção que lhe vão dizendo, de forma contraditória, o que fazer com tanto sentimento. Não tem fome, nem forças para se alimentar. Tem sono, mas não consegue dormir. Tem medo da sua vontade de sentir, tem medo de vir a viver estes sentimentos com 'um alguém', que não é 'o alguém' que os fez nascer.

Além do mais precisa de expressar tudo o que sente, tudo o que fez, quis fazer e não fez, para conseguir obter uma resposta lógica a tudo o que se passa e desta forma descobrir o que tem de fazer para acabar com o sofrimento. Mesmo sabendo que é improvável isso acontecer, tem que encontrar algo a que se agarrar.

Mas e comigo? O que se passa comigo?

Não me ter conseguido colocar no lugar dela confundiu-me. Para mim, pelo menos de momento, toda esta dramatização (natural) de sentimentos não faz sentido. Sei, por experiência própria, que o tempo se encarrega de apaziguar os sentimentos, mas também sei, por esta mesma experiência, que quando os sentimentos estão em ebulição não é isso que queremos ouvir.

Sei o quão violento é não nos reconhecermos, acharmo-nos vazios e completamente diferentes do que sempre fomos. Mas sem quê, nem porquê a minha reacção foi de uma frieza preocupante. E isso fez virar o meu pensamento para mim.

Apesar de me estar a sentir bem na minha pele e de estar em equilíbrio emocional, dei conta que tenho saudades de estar em conflito com os meus sentimentos, de me sentir um pouco mais viva, mais confusa, de sair deste equilíbrio emocional confortável que o apaziguar de sentimentos antigos me trouxe, deixando para trás a cómoda cadeira do "na'tece". Tenho que perder o receio de voltar a viver experiências que despertam sentimentos que sei não poder controlar.

Tenho muitos desabafos, desta época de desequilíbrio. Desabafos tão viscerais que ainda hoje mexem comigo. Mas não servem de nada. Os sentimentos dos outros não nos dizem nada, porque não são por nós vividos. Mas deixo um pequeno recado, para ela e muito mais para mim.

Vive cada sentimento como sendo único. Sente-o como um todo, porque terás uma única oportunidade de o sentir assim. Os dias vão passar, uns menos maus, outros maus, outros muito maus e outros pessimamente maus. Haverá semanas em que te sentirás a 100% e pronta para enfrentar o mundo, outras em que só vais querer fugir, outras ainda em que quererás dormir para só acordar quando a dor e saudade passarem.

Sem dares conta, os dias passaram a semanas, as semanas a meses e os sentimentos arrefeceram.

'O alguém' deixa de fazer sentido, deixa de ser 'o alguém' por quem te apaixonaste e sofreste. Está diferente, assim como tu também estás. Esta tomada de consciência, mais uma vez vai reacender sentimentos contraditórios, mas agora, se calhar, por não mais de 5 minutos. Já que te apercebeste que o tempo passou e tudo mudou: o sentimento foi apreendido, o sofrimento apaziguado, a mágoa apagada e a tua vontade renascida.

Cresceste, encerraste uma fase e iniciaste outra. a raiva e o descontrolo passaram, transformando-se em paz interior.

O que sentes já não serve de nada? Serve, serve para ver que nada se perde...

31/01/09

Estranhos

Conhecemo-nos de um modo pouco usual. Tudo o que aconteceu foi pouco 'ortodoxo'. Entrámos num jogo de palavras que, sem nada dizerem, tudo diziam. As reticências eram mais que muitas, assim como as interpretações tiradas. Alimentámos esta partida durante algum tempo e com bastante entusiasmo.

Acabámos por nos encontrar naquele que poderia ter sido o nosso primeiro desencontro. Não foi, por pouco. E valeu a pena.

A pessoa que se apresentou a mim era em quase tudo diferente da pesssoa que o nosso jogo de palavras me tinha apresentado. Fiquei fascinada com este choque de personalidades e, como amante de jogos psicológicos, quis descobrir qual era a dominante.

A minha avidez pela descoberta, levou-me a forçar um segundo encontro. Impus-me na tua vida como nunca havido feito antes. Este nosso novo encontro foi estranho.

Deixei de lado grande parte da subtileza que, até aqui, tinha regrado os nossos jogos. Confesso que até ao último instante, não sabia se apenas te queria aliciar a vir ao meu encontro ou se queria mesmo ir até ao fim.

Não sei o que se passou comigo, mas o medo levou-me a agir e ao agir voltei a sentir-me viva. O sangue fervilhava em cada centímetro do meu corpo. Com o despertar do desejo e a chegada do prazer a respiração alterava-se e o ritmo cardiaco acelerava.

Gostei... E detestei.

Detestei pela estranheza do meu comportamento e pela impulsividade e insensatez dos meus actos. Fiquei incomodada, mas com o passar do tempo classifiquei a minha atitude como uma afirmação de mudança.

Não estar ciente e crente na mudança fez-me entrar neste jogo contigo.

Não confiar no vingar da mudança levou-me a alimentar esta nossa forma de estar (nada de procurar um envolvimento sério, só encontros sexuais furtuitos).

Aceitar a mudança fez-me ver que estas já não eram as regras que eu queria seguir. Tu nada quiseste mudar. Não havendo como impor novas regras, o nosso jogo foi interrompido.

No final, pouco, ou mesmo nada, descobri sobre ti. Mas isso já não tinha qualquer importância para mim.

Desapareceste da minha vida, sem rasto.



26/12/08

Li Num Livro... E Gostei (4)

«Quem és tu?, tento murmurar, mas estou num quarto vazio, sem ninguém, porque vi pelas nesgas dos seus olhos que nada havia por detrás - nada que eu pudesse reconhecer. Algo, seguramente lá estaria, mas nós só conseguimos ver aquilo que reconhecemos, para o qual temos uma palavra. Para aquilo não havia, seguramente, palavras.»


***


«De tudo o que vi - nada é o que quero. De tudo o que senti, nada é o que sobrou - e nada é o que quero repetir. Estou desapaixonado de tudo e de mim.»




(Miguel Gullander, Perdido de Volta)

18/12/08

O Meu Sonho

Vou à janela e enquanto espero a noite chegar vejo a paisagem dourada que se estende à minha frente. Neste momento de final de tarde o tempo parece parar. Tudo é calmo e sereno, com uma musicalidade que nos faz sonhar, que nos faz ansiar ainda mais pela noite.

Chamo o anjo da noite, aquele que cura todos os males. Que me faz esquecer o dia, a realidade e tudo o que tem de aborrecido. Fico feliz quando o sinto chegar. O sonho vem sempre atrás.

É no sonho que liberto todas as minhas amarras. Liberto a minha mente de medos e preconceitos.

O sonho é como uma realidade à parte. Todos temos uma e não a partilhamos. É uma realidade que vivo sozinha, onde exprimo todas as minhas emoções, sentimentos e onde as frustrações não existem. Nele nada é proibido.

No entanto, é uma realidade interrompida a cada dia pelo despertador, pela moral, pelo dever e pela obrigação de ter de conviver na realidade por todos partilhada.

No sonho não existe noção de tempo. Vive-se para o presente. é um momento infinito e indeterminado. É um espaço único e livre. Só meu, onde sou o seu centro. Tudo gira à minha volta. O que importa sou eu, as minhas sensações e as minhas emoções.

Mesmo não estando presente, no sonho há algo que invariavelmente se refere a mim. Pode ser uma subtileza, um pequeno objecto, uma característica física, mas é algo que é um exclusivo meu. Algo que torna o sonho no 'meu sonho'.

O instante em que acordo é o mais triste para mim, pois neste momento tudo o que se passou durante a noite desaparece. Chega o anjo da manhã, aquele que nunca chamo, e faz-me esquecer tudo o que sonhei.

Penso na vida e nas possibilidades que a recordação de um sonho me pode trazer. Tento recordar o que sonhei, mas surge sempre na minha mente um enorme buraco negro, vazio e perturbante, que me leva a pensar, por breves instantes que estou perdida na loucura que assola o mundo.

Olho uma vez mais pela janela a ver se a noite já chegou e descubro que chegou o dia e a paisagem azul e branca da manhã.



13/11/08

Li Num Livro... E Gostei (3)

«Qualquer Encruzinhada é um local do maior perigo, pois todas as direcções, excepto uma, estão erradas.»



(Miguel Gullander, Perdido de Volta)